* Por Pe. José Lima
Meus queridos irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo, celebramos hoje o 21º Domingo do Tempo Comum, onde o Evangelho e a temática geral das leituras nos colocam dinate do fato que o Reino, que a nova ordem trazidas por Jesus se destina a todos, mas parece que somente um pequeno grupo o descobre.
Através de Cristo Jesus e na sua comunicação que é a Igreja, Deus quer oferecer a todos os homens a possibilidade de uma escolha, de uma decisão ao seu segmento pela porta estreita ou pela porta larga. Pela posta estreita será uma decisão pelo mundo novo formado pela justiça e pelo amor.
Subindo a Jerusalém, na concepção teológica do Evangelho de Lucas, Jesus fala das condições de caesso ao Reino. Quais seriam os homens que se salvariam? Primeiramente Jesus fala que é necessário passar pela porta estreita. Não é o caminho da facilidade, o melhor. Esse Reino é sempre sempre conquistado com o esforço do homem e da mulher em viver as exigências do Evangelho.
O caminho do Evangelho comporta sempre a busca, o interesse do irmão em primeiro lugar, a luta pela verdade mesmo em prejuízo de interesses particulares, o empenho pelo perdão de uma ofensa mesmo que eu requeira satisfações. Essa porta estreita requer dos homens uma disciplina individual e coletiva. A busca de toda e qualquer satisfação pessoal em detrimento do outro é caminho de facilidade, é porta larga. A entrada no Reino é dom gratuito de Deus, mas exige da pessoa uma certa vigilância de atitude e de tomada de posições. É a porta estreita.
Muitos poderão pensar que estão no Reino pelo fato de conviver com o Senhor. Todos os membros mais ou menos conscientes da Igreja devem levar seriamente em consideração essa pretensão. Não são aqueles que dizem Senhor, Senhor que entrarão no Reino, mas aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está no céu. Poderá haver uma decepção grande de muitos " missionários" e "ativistas" que pensam estar agindo em nome de Jesus. Poderão ouvir mais ou menos o seguinte: " Vocês falaram do Reino, foram "missionários", fizeram coisas pela religião, mas seu coração está longe de mim. Afastem-se de mim, obreiros da iniquidade.
Há uma constante necessidade de se rever até que ponto a ação cristã está formada de uma sinceridade de vida, de uma coerência de atitudes, de um esforço de revisão constante de tomadas de posição pelo Reino. Este é o sentido dessa porta estreita de que fala o Evangelho.
Do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul virão homens para se assentarem à mesa do Reino. É o velho tema do universalismo que vem expresso na primeira leitura deste domingo. Para o Monte do Senhor acorrerão as nações. Virão a cavalo, em carros, em liteiras, no lombo de mulas e dromedários. Entre eles Javé quer mesmo escolher sacerdotes e levitas. Abrem-se os horizontes. O Reino é para todos os homens e mulheres de boa vontade ( É a salvação a também aos pagãos).
A mensagem e a pessoa de Jesus de Nazaré se destinam a todos. A missão do grupo da Igreja é ser fundamentalmente aberto a todos. Toda vez em que houver um dobrar-se do grupo cristão sobre si mesmo, numa linha de gueto, de círculo fechado, não estamos mais na perspectiva do Evangelho.
Há uma advertência séria: os que se crêem no Reino, talvez não estejam mais nele e outros dele se apossarão. É comovente o número de pagãos interessados na sinceridade da vida, na luta pelos direitos da pessoa e de todos os povos.
É urgente ver e detectar uma imensa boa vontade de todos os praticantes e não - praticantes, dos católicos ou protestantes, dos crentes ou não crentes em aderir aos valores do Reino. Alguns que foram e são classificados de pagãos são acolhidos no espírito do Reino. As fronteiras do Reino se modificaram e se dilataram. Os que estão dentro de uma concretização do Reino que é a Igreja, acertam seus passos. Deixam que o Espírito os instrua. Novas alianças serão feitas. É importante que essas alianças sejam sempre em nome do que há de mais sagrado no homem e na linha da descoberta de apelos secretos do Reino presente nos homens e mulheres de boa vontade. Caberá a todos deixar-se levar por princípios puros e não se envolver em ideologias interesseiras de esquerda ou de direita. Importa buscar uma transparência na verdade e na sinceridade.
É importante saber que a salvação não é muito fácil e o decisivo é perseverar neste esforço de conversão, sem protelar para a última hora a constante diligência exigida, porque diz o texto grego: " Depois que o dono da casa tiver levantado e tiver fechado a porta e vós, do lado de fora, começardes a bater, dizendo: Senhor, abre-nos a porta, Ele responderá : Não sei donde sois. O consolo é que a porta, embora estreita, vai permanecer aberta durante todo o tempo da salvação, contudo, uma vez fechada, será em vão aos retardatários bater nela.
Os povos e as nações, os cristãos e os não cristãos precisam estar atentos. Os que fazem a vontade de Deus estão pleno ou implicadamente no Reino. Importa que essa resposta seja a mais clara possível, pois os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.
Muita paz no dia em que o Senhor chama os pagãos à salvação, não havendo distinção entre judeus e pagãos.
Pe. José Lima - vigário da Paróquia São Gonçalo do Retiro
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