domingo, 2 de janeiro de 2011

Epifania do Senhor

A Epifania marca a fase final do ciclo natalino. Celebra a manifestação (epifania,em grego) de Deus ao mundo, na figura dos reis magos que, – representando o mundo inteiro, – vão adorar o Menino Jesus em Belém. Ressurge o tema da luz - luz que brilha não só para o povo oprimido de Israel (1a. leitura da noite de natal), mas para todos os povos, segundo a visão profética do livro de Isaías.

Jerusalém, restaurada depois do exílio babilônico, é vista como o centro para o qual convergem as caravanas do mundo inteiro. Essa visão recebe um sentido pleno quando reis astrólogos do oriente procuram o Messias nascido de Davi – nos arredores de Jerusalém, em Belém, cidade de Davi (ev.). A 2ª. leitura comenta esse fato como revelação do mistério de Deus também para os pagãos.
Belém representa a comunidade-testemunha, não o império oficial do poderoso Herodes. É o centro do mundo, não para si mesma, mas para quem procura o agir de Deus. Não em Roma, nem em Jerusalém de Herodes, mas na Belém do presépio é que a estrela parou. Para mostrar que não depende do poder humano, Deus se manifesta no meio dos pobres, no Jesus-pobre.

Pobre e indefeso, Jesus é o não-poder. Ele não se defende, não tem medo. Ao redor dele se unem os povos que vem de longe. “E, avisados num sonho, voltaram por outro caminho”. O caminho, na Bíblia, é o símbolo da opção de vida da pessoa (Sl 1). Os reis magos optaram por obedecer à advertência de Deus, optaram pelo Menino Salvador, contra Herodes e contra todos os que rejeita o “Menino”, matando vida inocente.

Significativamente, o medo de Herodes o leva a matar todos os meninos de Belém. Por que se matam ou se deixam morrer crianças também hoje? Quem são os Herodes de hoje, responsáveis (ou melhor, irresponsáveis) que estão no poder? Porque os poderosos absolutizam seu poder e não querem dar chances a outros (muito menos aos pequenos e pobres) nem sequer para simplesmente viverem (e não se fala em viver dignamente… ). . . . preferem . . .

Quem dera !!! … que algum mago os visitasse nesse natal para abrir mais do que os olhos, o coração para perceberem que o Menino, que nasce, veio pa-ra todos, para trazer vida e liberdade. … para lhes recordar que Deus (o mesmo Deus do menino do presépio) criou o mundo e o deu a todos para viverem num jar-dim … para lembrar-lhes que Deus não deu esse mundo aos mais espertos … aos mais ardilosos … mas o deu a todos … … … E a grande certeza disso é o Menino que nasce, não nas suas casas luxuosas, mas na manjedoura da periferia de Belém e das nossas cidades …
Que não aconteça conosco o que aconteceu na corte de Herodes. Os doutores e entendidos de Jerusalém sabiam onde devia nascer o Salvador, o Enviado de Deus, mas … a estrela da fé não brilhou nos seus corações nem os conduziu a Belém.

A luz, - a estrela dos magos - brilhou tão forte que, bem longe, lá no Oriente pessoas - de coração aberto e livre - a descobriram (e a seguiram) … E a nós, que estamos bem perto … porque essa luz não ilumina o nosso caminho … porque essa estrela não nos seduz a seguí-la … porque não desfaz as trevas do nosso coração para deixá-lo iluminar e brilhar de esperança, de vida, de liberdade e de paz?

Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens que Deus quer bem!
Fonte: celebrando.org.br

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