Para construir um mundo novo, para ser sal e luz neste mundo, é necessário que os cristãos sejam realmente pobres em espírito, mansos, misericordiosos, puros, pacíficos e alegres apesar das perseguições. Só assim conseguirão transformar o mundo insípido (sem sal), insensato (sem a sabedoria divina) e sombrio (sem a luz de Deus) em Reino de Deus, no qual esses valores tenham a primazia. Contudo, há também o reverso da medalha: de cristãos sem o espírito do evangelho, das bem-aventuranças nada pode o mundo esperar. Nossa missão é aqui e agora, é nesse mundo com todos os seus avanços e retrocessos, altos e baixos, acertos e erros. Como ser sal da terra se nos fechar-mos em nosso mundinho particular. Como vamos transformar esse mundo em algo de bom, saboroso, bonito, iluminado se continuarmos a nos alienar dele, sem nos importar com sua degradação e com seu caminhar para a perdição?… a corrupção?… a degradação? Onde está o sal a dar-lhe novo sabor (=novos valores)? Onde está a luz a iluminar a estrada, para indicar onde estão os buracos traiçoeiros? Estamos no mundo, fomos colocados neste mundo. Não podemos fugir dele. Nele fazemos e construímos nossa história. Devemos ter bem claro em nós: devemos estar no mundo sem ser do mundo. Envolvidos (queiramos ou não) com este mundo compete-nos cuidar dele para que seja cada vez melhor. O sal, como o fermento que não se mistura com a comida ou com a massa, não serve para nada, pois não tempera (=dá sabor) e não leveda a massa. A luz, que, por sua vez, não ilumina e não mostra o caminho para nada serve. Luz que é luz serve para identificar coi-sas, plantas, animais, pessoas dando-lhes identidade. Serve para revelar cores e beleza de tudo o que existe, além do que aquece e aconchega. Revela-nos as pessoas e a natureza.
Ser sal e luz. Envolver as realidades, o mundo e as pessoas em sabores novos e luzes novas (sabor do Cristo e luz do evangelho): essa é a missão do cristão. Essa é a evangelização que se traduz em gestos concretos de serviço, diálogo, anúncio e testemunho. Nossa celebração e encontro semanal servem justamente para incorporar o sal e a luz do Cristo na nossa vida de cristão para levá-los ao mundo. Pensemos! Será que nossa celebração dominical atinge esse objetivo ou não passa de uma série de ritos (sem conteúdo) que não conseguem renovar-nos interiormente? Não vivemos de um ritualismo muito bonito mas vazio? O sal serve para conservar e dar sabor aos alimentos. A luz (reflexo da divindade, e criada por Deus – Gn 1,3) dá nitidez, revela os contornos, revela os olhos, revela o rosto, revela a pessoa. A luz acaba com as trevas, com a escuridão, com o indefinido, com as máscaras, com os fantasmas e revela a grandiosidade da realidade da natureza. Quem segue o Cristo com autenticidade torna-se portador de sua luz, pois deixa transparecer na própria conduta a vida e a mensagem de Jesus e atrai todos para Deus. Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai que está nos céus”. Não basta que cada um se preserve do mal, da corrupção, do pecado. É necessário preservar também o mundo, pois toda a criação é chamada a se renovar em Cristo (mundo novo, nova Jerusalém). Sem união com Cristo, a vida do cristão se torna sem sal, sem gosto, sem valor e não serve para nada. Só Cristo dá valor e sentido à vida. “Quem me segue, não anda nas trevas, mas terá a luz da vida!” Fonte: celebrando.org.br
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