*Por Pe. José Lima
Hoje, Quarta - feira de Cinzas iniciamos a Quaresma. Nesta época do ciclo da Páscoa, a Igreja nos convida a meditação frequente dos sofrimentos de Jesus e tão elevado grau de importância desta quadra do ano que é a única em que encontramos uma Missa própria para cada dia, prescreve-se o Jejum e a Abstinência a fim de que se limite a mortificação de Jesus nos 40 dias de seu retiro; os paramentos são roxos e são suprimidos na Missa o Glória e o Aleluia como sinal de tristeza. Somos introduzidos na Quaresma , portanto, na caminhada para a Páscoa pela recepção das Cinzas que é o reconhecimento e símbolo da Penitência e Conversão, fazendo - nos lembrar os 40 dias que antecede a celebração da Morte e Ressurreição de Jesus, também nos reporta aos 40 dias de Oração e Jejum que Jesus passou no deserto, aos 40 dias que o Profeta Jonas ameaçou a cidade de Nínive, aos 40 anos que o povo hebreu caminhou no deserto. Enfim, a Quaresma é itinerário marcado pela busca de novas relações com Deus, com os irmãos e consigo mesmo.
A cerimônia das Cinzas consiste em 03 momentos: 1º - O nosso nada individual; 2º - A nossa condição de pecador e 3º - A realidade da morte lembrando que somos pó e a ele retornaremos.
O Profeta Joel adverte que sejam convidados velhos, crianças, jovens, moças e rapazes para a conversão em nome de Jesus Cristo. Mateus fundamenta 03 pontos para o cristão nesta quaresma:
Esmola- é aquilo que nós podemos dar, é a importância do bem, das boas obras de caridade que se deve fazer, pois precisamos praticar a caridade e destes momentos de santificação. O que não podemos fazer é alimentar a indústria da miséria.
Jejum - é a abstinência de alimentos, parcial ou total em certos dias por penitência ou prescrição religiosa, por exemplo: o jejum eucarístico é o que se observa para celebrar a comunhão. O jejum é diferente de regime, que, muito embora parecidos são diferentes.No regime, a pessoa passa fome para manter o corpo, a beleza ou a saúde por prescrição médica e não não tem nada a ver com religião ou fé. No jejum, passa-se fome não manter o corpo ou por prescrição médica, não! Até porque no jejum não se faz manutenção do corpo, porque é só um dia. O jejum é para nos unirmos ao sofrimento de Jesus e aos 40 dias que Ele jejuou e recomendou este tipo de sacrifício como falam os profetas de modo especial Joel e Jonas.
Oração - não seja feita como os hipócritas de pé nas Sinagogas e nas esquinas para serem vistos. No entanto, Jesus recrimina esta prática porque de Deus não tem recompensa, apenas dos homens. E como as preces deviam ser feitas em horas fixas, os falsos ou fingidos ( hipócritas) inventavam oportunidade para se exibirem, se fazerem notar fora do horário estabelecido só para serem aplaudidos pelas pessoas, e esta atitude fingida que Jesus recrimina e dizia: "Quando fizerem suas orações, sejam em lugar oculto, pois, o Pai que vê o que está oculto vos dará a recompensa, pois, é a recompensa do Pai que queremos e não a dos homens".
A CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil promove todos os anos durante a Quaresma a Campanha da Fraternidade, cuja principal finalidade é despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira , buscando caminhos de solução. Neste ano a campanha traz como tema: " Fraternidade e a vida no planeta" e como lema: " A criação geme como em dores de parto". O objetivo é refletir a questão ecológica, com foco, sobretudo, no problema das mudanças climáticas.
*Pe. José Lima é vigário e coordenador paroquial da Pastoral da Saúde.
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