segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Diácono Antonio Freire - um homem a serviço de Deus e do próximo que para sempre ficará em nossos corações

Em homenagem ao Diácono Antonio Freire que faleceu hoje 23 de agosto pela manhã, reexibimos a entrevista que ele concedeu ao nosso Blog em comemoração de seu aniversário diaconal em agosto de 2009.
Vale a pena conferir esta excelente entrevista deste homem de fé que para sempre ficará guardado em nossos corações!
Um homem simples, de muita fé e amor ao próximo. É assim que podemos definir o nosso Diácono Antonio Freire que completa 26 anos de diaconato - 28 de agosto de 2009.
1. Como surgiu a sua vocação?
Tudo começou no seio da minha família. Sou de uma família de 22 irmãos e meus pais sempre tiveram o desejo de ter filho padre. A fé deles era contagiante e dali só poderia sair alguma coisa boa porque eles sempre deram testemunho de fé; em nossa casa aconteciam novenas, íamos as Missas todos os domingos, os filhos eram batizados sempre nos primeiros meses.
Dos 15 aos 26 anos eu vivi fora do convívio familiar, passei a viver uma vida totalmente mundana, mas onde eu estivesse - em festas, viajando, eu sempre participava da Missa aos domingos porque a fé católica dos meus pais estava sempre comigo e eu sempre tive um sentimento profundo de ajudar, de cuidar das pessoas, de preservar o direito do outro, e aí foi quando surgiu um acontecimento muito triste na minha vida – um acidente com o caminhão que eu trabalhava, uma fatalidade que mudou toda a minha vida: perdi tudo, fiquei sem trabalhar, e com esse fato, tive que me mudar daquele ambiente em que vivia. Acredito que este acontecimento foi a mão de Deus para mudar a minha vida. Então me mudei para o bairro da Engomadeira onde comprei um terreno e construí minha casa com muito trabalho e aí surgiu a mão de Deus mais uma vez que me mostrou a comunidade Ascensão do Senhor. Fui evangelizado pela Ir. Inês que visitou a minha casa mesmo eu não querendo porque achava estranho o fato de católicos evangelizarem.
Logo em seguida veio o Sr. José que realizou o primeiro Natal em Família e me fez o convite para participar da comunidade que na época era uma Igreja bem pequena. Comecei a vir meio tímido e logo a Ir. Inês me contratou para trazer material de construção para outras comunidades, isto me ajudou muito a reconstruir a minha vida. Logo comecei a me engajar e a me tornar conhecido na comunidade. Foi então que surgiu a oportunidade de me tornar um ministro batismo, pois naquela existia esta necessidade. A partir deste trabalho, me fizeram o convite para ser diácono. Até então eu não sabia o que era ser um diácono, pois nunca havia ouvido falar nesta palavra, mas aí a comunidade me ajudou. Comecei a participar de encontros – comunidades, a dar palestras e tudo isso me ajudou a decidir esta minha vocação e assim realizar o grande sonho dos meus pais, que não tiveram um padre, mas um diácono a serviço da Igreja. Pe. Maurício, Ir. Inês, Sr. José me ajudaram muito nesta caminhada. O primeiro passo foi me preparar para o sacramento do matrimônio, uma vez que vivia com minha esposa de forma irregular; depois me preparei para o diaconato. Naquele tempo a preparação era muito simples (filosofia e teologia); foram quatro anos de estudo aos sábados e domingos. Neste mesmo período eu estudava durante a semana no Colégio Polivalente para concluir o 2º grau.
No dia 28 de agosto de 1983 aconteceu a grande graça em minha vida: fui ordenado diácono na Igreja Matriz do S. Gonçalo por D. Avelar Brandão Vilela. Foi uma solenidade muito bonita no qual eu tive a felicidade de ter a presença dos meus pais que me levaram a estola e a Bíblia.

Missa de aniversário de ordenação

2. Que dificuldades o senhor enfrentou no início de seu diaconato?

A minha grande preocupação antes de ser diácono era em relação ao meu grau de formação. Achava por não ter um grau elevado de escolaridade não podia ser diácono, mas depois que me ordenei esses pensamentos foram superados e graça a Deus não tive nenhuma dificuldade para exercer o ministério. Alguns empecilhos aconteceram antes de me tornar diácono, mas tudo foi superado porque ser diácono era a vontade de Deus e foi esta vontade divina que me ajudou a vencer todos os obstáculos.

3. Que momentos marcantes o senhor destaca ao longo destes anos?

Um dos momentos marcantes foi realizar o casamento da minha filha Rita de Cássia, ou seja, ser pai e ao mesmo presidir a cerimônia. O outro momento que marcou a minha vida foi participar do Congresso Eucarístico no mesmo ano em que fui ordenado servindo como diácono. Foi uma sensação muito boa que me deu suporte para continuar sendo diácono. O casamento civil também foi um momento marcante na minha vida porque selou meu compromisso com a sociedade.

4. Como é viver a vocação diaconal e matrimonial juntas?

É um grande desafio cuidar da Igreja e das necessidades da família que só é possível com muita oração. Graça a Deus, sempre tive o apoio e a compreensão da minha esposa e da minha família. Por exemplo, em algumas vezes eu tinha que levar os filhos para algum lazer e no mesmo horário realizar batismos na comunidade, então eu levava os filhos com minha esposa no lazer e vinha fazer os batismos; depois dos batismos eu ia buscar meus filhos. Até hoje esta conciliação é possível graças a compreensão da minha esposa Ana que nunca fez nenhuma objeção. Sempre fizemos esta organização para que tudo desse certo tanto na Igreja como na família; se tínhamos um casamento para irmos e nesse dia eu tinha celebração, íamos para o evento depois da celebração. E até hoje é assim, consigo realizar estas duas funções, ou seja; servir a minha Igreja e a minha família ao mesmo tempo.

5. Em uma expressão, como o senhor define a palavra diácono?
Serviço. Servir como o próprio Jesus serviu: "Eu não vim para ser servido, mas para servir"(Mateus, 20, 17-28)
6. Nestes 26 anos de serviço como diácono, que balanço o senhor faz da sua caminhada?
Extraordinária. Todos os impedimentos que havia para ser diácono foram superados, a comunidade sempre me ajudou. Posso dizer que sou um diácono vitorioso. Tenho ainda alguns desejos que pretendo realizar, mas para isso pedi a Deus que me desse mais 15 anos de vida; se Ele me conceder será uma alegria muito grande. Não me arrependi e não me arrependo de ser diácono. Faria tudo outra vez, pois em tudo estava a vontade de Deus. A mão de Deus é algo inexplicável, pois tudo que aconteceu em minha vida foi obra de Deus.
7. Que conselhos o senhor deixa para os que desejam ser diácono permanente?
Que abrace esta causa de todo coração. Se desprenda de todas as coisas humanas e abrace este serviço, pois é Deus quem nos capacita, é Ele que realiza o impossível.
8. Qual a mensagem o senhor deixa para a comunidade Ascensão do Senhor?
A mensagem que eu deixo é de gratidão e que estou a serviço da comunidade e de todos que precisarem de mim mesmo com minhas limitações. Peço a comunidade que continue rezando por mim para que eu possa continuar servindo.

4 comentários:

  1. 22 irmãos? !!!

    Bem interessante essa entrevista, convivemos tanto com 'Seu' Antônio e nem sabemos muito da sua história. Ele é um grande exemplo de fé e perseverança para toda a nossa comunidade, inclusive os mais jovens. Parabééns Seu Antônio pelos seus 26 anos de diaconato e obrigado pela sua luta em defesa do nosso povo.

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  2. Parabéns Diácono Antonio Freire. O seu testemunho de vida é exemplo para todos nós. Que esta data se repita por muitos anos e Que Deus te abençoe e te fortaleça cada vez mais.

    Adjane Damasceno

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  3. Parabéns Diácono Antonio! Sua presença é uma benção para nós!

    Ana Maria Damasceno

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  4. Parabéns!Diácono Antonio!Seu SIM a Deus é importante para o senhor e para nós.Sejas feliz,sempre, sempre.

    Joana Santos de Oliveira

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